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O poder da escrita

O poder da escrita

escrita O poder da escrita
*Dr. Lair Ribeiro



Uma das contribuições dos sumérios
para o desenvolvimento
da Humanidade foi o seu
sistema de escrita:
uma série de pictogramas (pequenos desenhos)
faziam referência aos conceitos que
pretendiam ser transmitidos. Daí se desenvolveu o conceito de ideograma,
seguido pelo uso
de sinais arbitrários
para palavras
e elementos fonéticos
ou de símbolos
que representavam o som
de uma palavra ou
de parte dela. Na China, os ideogramas proliferaram e foram padronizados.
Em outras civilizações,
os sinais fonéticos
foram os únicos mantidos, a exemplo dos fenícios[1], que desde 1000
a.C. davam forma ao alfabeto
que usamos hoje.


 Desde
então, a escrita
vem sendo associada a civilização. A invenção,
que convertia a palavra
falada e tornava-a fixa
e transmissível ao longo das gerações, era
uma importante ferramenta,
principalmente, para
a árdua tarefa
de administração dos Estados civilizados. A partir
da escrita, o homem
pôde organizar-se social e
culturalmente. E foi além, pois, por meio da escrita,
pôde criar e perpetuar sua identidade
e deixar registrada na História
a sua passagem.

Incorporada à existência do homem, a escrita
nunca se tornou obsoleta.
Ao contrário, torna-se cada vez mais importante
para manter viva a essência
humana.

Hoje, com
o uso de celulares,
notebooks, câmeras
fotográficas digitais e internet, entre
outros aparatos
modernos, as distâncias
se encurtarem e o tempo tem ficado mais escasso. Hoje, trabalha-se mais
e vive-se menos, mas
não em
anos de vida,
pois estes aumentaram.
Atualmente, pessoas
com 80, 90 e até
100 anos de idade
caminham pelas ruas das grandes metrópoles;
mas, meio
século atrás,
um indivíduo
com 50 ou
60 anos de idade
era considerado velho.

Uma epidemia do mundo
moderno é o estresse,
cujos principais
sintomas são
fadiga e falta
de memória. É cada
vez mais
freqüente encontrar
pessoas entre
25 e 50 anos com
lapsos de memória.
Ao contrário do que
muitos pensam, essas falhas nem sempre têm origem
patológica. Distração,
ansiedade, estresse,
depressão e até
mesmo bloqueios emocionais
podem desencadear lapsos
de memória.

A memória divide-se em antiga e recente. A primeira
é relacionada ao processo de aprendizagem, e a segunda, também
chamadamemória
de trabalho”, é ocupada
por fatos
do cotidiano, pouco
relevantes para
serem armazenados definitivamente. É importante saber que essa memória
tem capacidade limitada; portanto, é preciso
administrar bem o que é colocado nela para não sobrecarregá-la.

Apesar dos esforços
da ciência, a melhor
maneira de manter
a memória afiada
é a prevenção. Um
dos recursos que
podem e devem ser utilizados é a milenar técnica
da escrita.

Escreva! Deixe tudo registrado.
Tenha uma agenda. Anote todos
os seus compromissos
e tarefas diáriasVocê aliviará cérebro e se sentirá revigorado, pronto
para assumir as tarefas mais importantes com
eficácia e destreza.

Escrevendo, você também
aprende a definir suas
metas, traçar
planos de ação
e atingir seus
objetivos. A partir
do momento que
você registra
algo, seu
cérebro se compromete e passa a atuar em prol da realização daquilo que
foi registrado. Ao escrever um
diário, por
exemplo, você
terá uma importante ferramenta
para fazer follow-up
e verificar se está agindo no sentido
certo ou
se é preciso mudar
alguma coisa. Colocar no papel a sua reação depois
de conquistar um
objetivo desejado também
é um excelente
meio de induzir
o cérebro a buscar
a repetição desse momento.
Da mesma forma,
extravasar, por
meio da escrita,
sentimentos como
ódio, raiva,
medo e rancor
libera mente e coração
de sensações ruins
e prejudiciais. Portanto,
escreva!
[1] Povo
de origem semita
canaanita que se estabeleceu no país de Canaã por
volta do sXXVIII a.C. Os fenícios foram os maiores
navegadores e comerciantes
da Antiguidade; atribui-se a eles a invenção
do alfabeto fonético.
(Dicionário Houaiss da Língua
Portuguesa)





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*Dr. Lair Ribeiro
– Palestrante internacional, ex-diretor da Merck Sharp & Dohme e da Ciba-Geigy Corporation, nos Estados Unidos, e autor de vários livros que se tornaram best-sellers no Brasil e em países da América Latina e da Europa. Médico cardiologista, viveu 17 anos nos Estados Unidos, onde realizou treinamentos e pesquisas na Harvard Unversity, Baylor College of Medicine e Thomas Jefferson University.

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