Gostar de gente é essencial
Quando Billy chegou em casa, o
senhor Toshiro, um simpático velhinho dono do gatil em que nosso gato foi
criado, sentenciou profeticamente do alto de sua sabedoria oriental: Billy
gosta de gente.
senhor Toshiro, um simpático velhinho dono do gatil em que nosso gato foi
criado, sentenciou profeticamente do alto de sua sabedoria oriental: Billy
gosta de gente.
E assim tem sido. Billy recepciona democraticamente com um
efusivo roçar nas pernas todos que entram em nossa casa, deixa-se acariciar com
paciência, pisca calorosamente os olhos quando lhe falam com ternura e –
maravilha das maravilhas! – marca com cuidado seu território quando quer dormir,
comer, recolher-se junto ao computador enquanto meu marido trabalha, ou olhar
os quase improváveis mosquitinhos que surgem em nosso apartamento no nono
andar.
efusivo roçar nas pernas todos que entram em nossa casa, deixa-se acariciar com
paciência, pisca calorosamente os olhos quando lhe falam com ternura e –
maravilha das maravilhas! – marca com cuidado seu território quando quer dormir,
comer, recolher-se junto ao computador enquanto meu marido trabalha, ou olhar
os quase improváveis mosquitinhos que surgem em nosso apartamento no nono
andar.
O respeito à sua personalidade
é unânime: todos gostam dele e ele gosta de todos. Desfila seu sucesso
solenemente pela casa, olha filosoficamente as plantas em nossa pequena varanda
e, como se fosse sempre a primeira vez, repete entusiasticamente sua rotina
diária. No meu canto de observadora, olho intrigada para meu gato.
é unânime: todos gostam dele e ele gosta de todos. Desfila seu sucesso
solenemente pela casa, olha filosoficamente as plantas em nossa pequena varanda
e, como se fosse sempre a primeira vez, repete entusiasticamente sua rotina
diária. No meu canto de observadora, olho intrigada para meu gato.
A mágica que
envolve a figura do Billy talvez esteja na benigna complacência com que
contempla a vida, na sensibilidade que demonstra ter quando alguém está doente
ou triste, mas certamente é seu movimento de aproximação com todos e a
aceitação do jeito de ser de cada um o ingrediente fundamental de seu sucesso.
E tenho inúmeras razões para acreditar nisso.
envolve a figura do Billy talvez esteja na benigna complacência com que
contempla a vida, na sensibilidade que demonstra ter quando alguém está doente
ou triste, mas certamente é seu movimento de aproximação com todos e a
aceitação do jeito de ser de cada um o ingrediente fundamental de seu sucesso.
E tenho inúmeras razões para acreditar nisso.
Humberto Maturana, autor chileno
estudioso das relações humanas, diz que a vida é sempre um fluir de emoção e
racionalidade. Em nossas interações com outras pessoas, a razão “arruma a
casa”, mas, essencialmente, nossas emoções impulsionarão, marcarão e estarão
persistentemente por trás de nosso comportamento.
estudioso das relações humanas, diz que a vida é sempre um fluir de emoção e
racionalidade. Em nossas interações com outras pessoas, a razão “arruma a
casa”, mas, essencialmente, nossas emoções impulsionarão, marcarão e estarão
persistentemente por trás de nosso comportamento.
Enfim, somos movidos a emoção.
Se nós “descobrirmos” isso em nossos relacionamentos, acredito que a vida fique
bem mais fácil para os outros e para nós mesmos. Viajo muito, trabalho aqui e
no exterior com profissionais que dependem de uma boa comunicação em inglês
para se sair bem em seus negócios, nos espaços em que atuam, nos contatos
sociais que movimentam a vida.
Se nós “descobrirmos” isso em nossos relacionamentos, acredito que a vida fique
bem mais fácil para os outros e para nós mesmos. Viajo muito, trabalho aqui e
no exterior com profissionais que dependem de uma boa comunicação em inglês
para se sair bem em seus negócios, nos espaços em que atuam, nos contatos
sociais que movimentam a vida.
Afirmo sempre que ‘gostar de gente’, como diria
o gentil japonês Toshiro, é essencial. Reconheço, entretanto também, que essa é
uma condição que, às vezes, encontra sérios obstáculos para se concretizar. E
se o contato e a aproximação com pessoas do mesmo país, que compartilham a
mesma cultura, os mesmos hábitos e costumes, esbarram em dificuldades de
diversas naturezas, os desafios são ainda maiores quando entramos em contato
com os estrangeiros. E nem adianta pensar que a leitura de livros sobre a
cultura local é a solução para resolver qualquer problema que possa surgir
nesses contatos.
o gentil japonês Toshiro, é essencial. Reconheço, entretanto também, que essa é
uma condição que, às vezes, encontra sérios obstáculos para se concretizar. E
se o contato e a aproximação com pessoas do mesmo país, que compartilham a
mesma cultura, os mesmos hábitos e costumes, esbarram em dificuldades de
diversas naturezas, os desafios são ainda maiores quando entramos em contato
com os estrangeiros. E nem adianta pensar que a leitura de livros sobre a
cultura local é a solução para resolver qualquer problema que possa surgir
nesses contatos.
Ela certamente ajuda, mas é
preciso ficar atento às sensibilidades que estão em jogo no processo de
comunicação, e, consequentemente, para o que acontece quando as pessoas de uma
determinada cultura interagem entre si. Questões como espaço físico individual
e distância mínima que devemos respeitar quando conversamos com alguém, tom de
voz adequado à circunstância, pontualidade, diferenças culturais envolvendo
assertividade, rituais das relações hierárquicas, etiqueta empresarial e
social, entre outras, compõem um universo sutil muitas vezes não claramente
detectado e “arranhado” por nós.
preciso ficar atento às sensibilidades que estão em jogo no processo de
comunicação, e, consequentemente, para o que acontece quando as pessoas de uma
determinada cultura interagem entre si. Questões como espaço físico individual
e distância mínima que devemos respeitar quando conversamos com alguém, tom de
voz adequado à circunstância, pontualidade, diferenças culturais envolvendo
assertividade, rituais das relações hierárquicas, etiqueta empresarial e
social, entre outras, compõem um universo sutil muitas vezes não claramente
detectado e “arranhado” por nós.
Observar as sutilezas que estão em jogo no
processo de comunicação, dentro ou fora de nossa cultura, voltar, enfim, o
nosso olhar e nosso interesse para as pessoas que estão à nossa volta, pode,
então, ser a razão do sucesso ou do fracasso de nossos relacionamentos e,
consequentemente, da nossa razão de ser na vida.
processo de comunicação, dentro ou fora de nossa cultura, voltar, enfim, o
nosso olhar e nosso interesse para as pessoas que estão à nossa volta, pode,
então, ser a razão do sucesso ou do fracasso de nossos relacionamentos e,
consequentemente, da nossa razão de ser na vida.
Marlene Theodoro é Doutora em
Artes pela UNICAMP, Mestre em Comunicação Social, responsável pelos cursos de
Técnicas de Apresentação em Inglês do Instituto Reinaldo Polito e professora
nos cursos de pós-graduação da ECA-USP. polito@uol.com.br
Artes pela UNICAMP, Mestre em Comunicação Social, responsável pelos cursos de
Técnicas de Apresentação em Inglês do Instituto Reinaldo Polito e professora
nos cursos de pós-graduação da ECA-USP. polito@uol.com.br
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