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A dupla Léo e Junior é sucesso no Brasil

A dupla Léo e Junior é sucesso no Brasil

 

png A dupla Léo e Junior é sucesso no Brasil

Eles dizem que não nasceram para a música, mas foram gerados
a partir dela. Existem os que concordam ou aqueles que preferem manter a versão
de que Léo e Júnior foram assertivos ao unirem a afinação e extensão vocal no
duo perfeito. Sincronicidade, a coexistência entre dois irmãos que dividem a
vida e os palcos, sonhos embalados por canções, aplausos e uma carreira
brilhante, marcada pela busca incessante do sucesso. 

Ambos foram criados em
Rubiácea, mas Léo nasceu em Araçatuba e Júnior em Guararapes, ambas no interior
de São Paulo. Quatro anos separam o pacto firmado entre eles de amor e
lealdade. Era comum nos anos 80 os pais terem seus filhos em cidades vizinhas,
com mais condições médicas de receber os filhos. E foi desta forma que o
lavrador Leonildo e a dona de casa Marinalva decidiram.

Tiveram os filhos em
cidades distintas para que tivessem não apenas uma cidade natal, mas duas!
Rubiácea então passou a ser o cenário de tantas histórias e palco para o
primeiro show. O município que efetivamente vivia da roça, do plantio de tantos
produtores, ofereceu a Léo e Júnior paisagens deslumbrantes para brincadeiras
em uma infância feliz. Humildes, mas cheios de amor, cresceram com a música
entoada pelos pais, avós e tios. 

A comunhão musical despertou nos irmãos uma
vontade grande cantar. O primeiro dueto de Léo foi em companhia do pai, que
após o serviço pesado nas plantações de milho, tomate e quiabo, gostava de
sonhar. Para isso, soltava a voz emendando sucessos de Tião Carreiro e
Pardinho, Chitãozinho e Xororó, Zezé di Camargo e Luciano, João Paulo e Daniel,
referências preservadas também pelos filhos até os dias de hoje. Foi do Sr.
Leonildo a ideia de formar a dupla que, naquele momento, não tinha nome. 

Os
filhos, autodidatas em guitarra, bateria e violão, respiravam música. Assim que
a primeira FM Comunitária foi inaugurada na pequena Rubiácea, o dono da rádio
logo mandou chamar uma dupla da capital para a grande estreia e convidou uma
banda da local para abrir a apresentação. O grupo, formado por quatro amigos,
tinha os nomes de Miragem, Nova Era e Califórnia, cada um deles em um período
diferente. Mas, era certo de que eles eram bons, tanto que foram elogiados pela
tal dupla famosa, inclusive chamados para acompanhá-los durante a apresentação.
 

Um convite inesperado para que os amigos seguissem para São
Paulo para acompanhar a dupla aconteceu. Léo com 18 anos e Júnior, com 14.
Isso, em 1999, ainda era possível. Pouco mais de dois meses na capital e a
dupla se separa. Seria este o fim da banda de Rubiácea? Da banda pode até ser,
mas os irmãos não desistiram e iniciaram a primeira tour nos bares e botecos de
São Paulo. 

Em uma dessas apresentações, outro convite, desta vez para uma série
de shows na Bahia. O resultado da aventura foi desastroso: o empresário foi
embora com o ônibus e deixou toda a equipe, sem dinheiro ou condições de
retornar. Foram 33 dias de apuro, mas superado pelos irmãos, afinal, saíram de
casa apenas com uma cômoda, poucas roupas e R$ 20 no bolso. 

Determinados a
abandonar a capital, “Baixinha”, uma senhora que os conheceu em São Paulo,
pediu para que ambos não desistissem da carreira. Emprestou sua lavandeira para
que pudessem morar e os ajudou a arrumar um emprego. De dia Léo era office boy
e Junior atuava em uma estamparia. À noite, como de costume, tocavam em
pequenas casas, bares e restaurantes. 

Em uma dessas apresentações, com a visita
da mãe, foram tocar na Central do Brasil, na Lapa. Na plateia José de Souza,
que veio a ser o primeiro empresário. Considerado um “anjo” pelos irmãos,
comprou os primeiros instrumentos, estruturou o projeto e criou o nome que
foram batizados, Léo e Júnior. Nascia, naquele momento, um produto musical que
o mercado aprenderia a amar.

Discografia 

Em 2004 gravaram o primeiro CD, “Cowboy do Coração”,
produzido com o apoio financeiro de 17 empresas. Em 2007, também via parceiros
e patrocinadores, registraram “Alegrando o Brasil”, que nasceu com um pouco
mais de estrutura, inclusive com algumas faixas trabalhadas em rádios, como
“Cigana” e “Pra Lá de Bagdá”. 

Mas, foi em 2010 que Léo e Júnior viram a vida se
transformar de verdade. Lançaram o projeto “Fora do Normal” e, com ele, a
música “Ô Lá em Casa” que, a princípio, não era a de trabalho. Mas, não teve
como. O mercado sertanejo totalmente aquecido pelo movimento ‘sertanejo
universitário’ e a balada única dos irmãos fizeram a agenda explodir. 

Quase 30
shows por mês e uma ascensão apoteótica no mercado nacional. Em 2012 gravaram o
primeiro DVD da carreira, “Ao Vivo em Araçatuba” e, em 2013, o álbum “A
Formatura”. Para presentear Sr. Leonildo, em 2015 gravaram um CD informal,
apenas com canções que o pai gostava. O presente, que até então deveria ser
íntimo, foi pirateado e os irmãos voltaram a conhecer o gosto do sucesso. 

Em
2018 chegou o “Manual para Festas, Sofrências e Churrascos” com a canção “500
Gramas” e um desempenho fora do normal. “Ao Vivo e Sofrido” foi o segundo DVD,
em 2019, em parceria com a RedeTV. Após o hiato pela pandemia, em maio de 2022,
Léo e Júnior gravaram “No Meio do Povo”, um DVD histórico, que nasceu em
Guararapes para ganhar todo o país. 

O álbum traz participações especiais,
releituras e novas composições. Ele marca, de forma muito afetuosa, a vontade
que os irmãos estavam de voltar a cantar para o público após o tenso período de
isolamento.

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